Caros amigos, venho contar-lhes a respeito do fato que reside por trás do grito de "Independência ou Morte", às margens do rio Ipiranga, que vos foi erroneamente informado por tantos anos, afinal, que criança vai querer tomar como verdade o que segue abaixo?
Enfim, acreditem no que quiserem, mas o que aconteceu foi o seguinte...
- Está um dia agradável, não concorda, Domenico? - Disse D.Pedro (assumindo que algum dos seus guardas se chamasse Domenico)
- Sim, Vossa Majestade, um dia realmente agradável - o respondeu
O fato era que nenhum dos guardas estavam satisfeitos, ou felizes, ou realmente achavam que estava um dia agradável; eles estavam apenas cansados, mau-humorados, e decididos a concordar com qualquer asneira que a Vossa Majestade dissesse.
- Mas, quem vem lá?- Disse D. Pedro ao avistar um pequena sombra vindo de cavalo
Pois era um mensageiro, vindo quase desesperadamente, e como se segurasse sua vida em suas mãos, e talvez, se de fato perdesse o que segurava, lhe custasse a mesma.
- Vossa Majestade, venho em nome de José Bonifácio, e trago em minhas mãos dois documentos importantíssimos, e é de suma importância o conhecimento destas informações por Vossa parte! - Balbuciou o mensageiro, quase sem fôlego
Os documentos eram de fato de suma importância. O primeiro vinha num grande, pomposo e , de certa maneira, imponente envelope, e trazia por título "ULTIMATUM", e o segundo era uma carta do seu braço direito, homem de confiança, José Bonifácio.
Assim que recebeu as cartas em suas mãos as abriu o mais rápido que pode, e se apressou em saber qual era o motivo de tanto alarme, já que (achava ele) nada de mais estava acontecendo.
D.Pedro leu a primeira carta. E não entendeu. Então leu de novo, e de novo, mas não entendia qual era o motivo de tanto alarme, afinal, não se lembrava de ter assinado qualquer documento comunicando qualquer tipo de independência, como acusava aquela carta. Enfim, seguiu para a próxima carta, que, por ser de seu amigo, seria mais fácil de entender e, talvez até explicasse a anterior. Qual foi sua surpresa quando a leu, e também não a entendeu. E leu de novo, e até mais vezes que tinha lido a anterior, até porque era inaceitável um governante de sua alçada não entender qual a finalidade daquele documento (ou de qualquer documento, certo?). E, com vergonha de demonstrar essa insegurança aos seus acompanhantes, ou subordinados (como preferirem), passou os olhos na carta procurando um trecho que lhe servisse de base para qualquer ação a ser tomada, e leu então:
"... e então, é de imprescindível necessidade que cortemos os laços com Portugal..."
E então, encheu o peito, e, procurando o que dizer àquelas pessoas (que estavam esperando ansiosamente a propósito), viu sua salvação. Percebeu que seus guardas usavam um lenço atravessado por cima da farda, no qual estampava (quase ostensivamente) o símbolo da bandeira de Portugal, e , como se num estalo, apontou para os seus guardas e disse:
- Guardas, eu , Sua Majestade, ordeno que vocês peguem suas facas e cortem seus laços com Portugal!
Então, sem entender muito do que faziam, cortaram seus laços e os deixaram lá mesmo no chão. E satisfeito com o que tinha feito, D.Pedro continuou sua viagem, admirando a paisagem, e, no fundo, se perguntando, por que cargas d'água José Bonifácio teria interrompido sua viagem, justamente às margens do rio Ipiranga, apenas para corrigir uma falha estética.
Loucura, não?!