Eu deixei a porta aberta e você entrou.
E fez bagunça.
Folheou as revistas da mesa de café,
abriu a geladeira pra ver o que tinha de bom,
e pôs os meus melhores CDs pra tocar.
E a gente fez recortes das notícias de jornal,
revirou os retratos antigos daquela caixa empoeirada,
planejou as paradas de uma viagem de balão,
e você pôs seu lugar na sala de estar.
E eu pus um prato só pra você,
com o que eu soube cozinhar,
pra você pôr o seu tempero,
pra gente aprender junto,
E depois que as meias estavam espalhadas pela sala,
depois dos copos usados jogados pelos cantos,
dos pedaços de jornal rasgados na mesa,
das capas de CD trocadas,
dos talheres sujos em cima da pia,
e de eu te mostrar aquela gaveta, a que não se mostra,
você disse que ia embora.
Eu abri a porta,
mas você não foi.
Deixa a sua chave,
que eu vou arrumar as coisas
antes de te receber de novo,
pra gente tomar um café.
Ah, dindi...
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
[?] A Última Sessão
De repente, tudo se esvaiu.
Nem lembro mais como tudo era. Minha vida, agora só passado.
Talvez eu até lembrasse se eu fizesse um maior esforço. Não importa. Nunca realmente importou.
Meus sonhos, conquistas, desejos, pecados, vitórias. Não importa.
A Estrada importa. Sempre importou.
Vejo tudo agora de cima, tetos. Agora bairros. Cidades. Regiões. Países. Continentes. Verde apenas.
Tudo se tornou igual, como num mapa mundi de uma criança de oito anos. Não faz mais sentido olhar pr'aquilo.
Me viro então. E ao me virar percebo que não existe o que virar. Não existe mais do que se envergonhar, do que se envaidecer, do que se cuidar. Não existe corpo. Mas, não importa. Não com aquela vista!
Que vista! Pontos e pontos luminosos chegando mais perto e mais longe. Planetas e Nebulosas.
Perderia o fôlego se houvesse em mim algum!
Ouço uma voz. "Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das Suas mãos"
É Davi! Ouço enquanto admiro justamente aquela obra. Maravilhado! Extasiado!
Minha vida não importa. Eu não importo mais. Estrelas e mais estrelas. E que maravilhosas Supernovas!
Ouço mais vozes.
Parecem a princípio dizer apenas "Ahh". Mas depois penso que dizem "Aleluia". E assim foi.
Dizem "Aleluia".
Sinto então algo. Reconfortante. Pacificador. As vozes aumentam. E só quando para a melodia eu percebo que já houve alguma.
"Aleluia" digo eu também.
Palmas.
Estou em casa.
Nem lembro mais como tudo era. Minha vida, agora só passado.
Talvez eu até lembrasse se eu fizesse um maior esforço. Não importa. Nunca realmente importou.
Meus sonhos, conquistas, desejos, pecados, vitórias. Não importa.
A Estrada importa. Sempre importou.
Vejo tudo agora de cima, tetos. Agora bairros. Cidades. Regiões. Países. Continentes. Verde apenas.
Tudo se tornou igual, como num mapa mundi de uma criança de oito anos. Não faz mais sentido olhar pr'aquilo.
Me viro então. E ao me virar percebo que não existe o que virar. Não existe mais do que se envergonhar, do que se envaidecer, do que se cuidar. Não existe corpo. Mas, não importa. Não com aquela vista!
Que vista! Pontos e pontos luminosos chegando mais perto e mais longe. Planetas e Nebulosas.
Perderia o fôlego se houvesse em mim algum!
Ouço uma voz. "Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das Suas mãos"
É Davi! Ouço enquanto admiro justamente aquela obra. Maravilhado! Extasiado!
Minha vida não importa. Eu não importo mais. Estrelas e mais estrelas. E que maravilhosas Supernovas!
Ouço mais vozes.
Parecem a princípio dizer apenas "Ahh". Mas depois penso que dizem "Aleluia". E assim foi.
Dizem "Aleluia".
Sinto então algo. Reconfortante. Pacificador. As vozes aumentam. E só quando para a melodia eu percebo que já houve alguma.
"Aleluia" digo eu também.
Palmas.
Estou em casa.
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